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O que é o efeito chicote e qual o seu papel na logística?


Já ouviu falar em efeito chicote? Para entender o que isso significa o termo, também conhecido como bullwhip effect, é preciso considerar que a cadeia de suprimentos funciona de forma conectada, de modo que tudo o que afeta uma de suas etapas, acaba reverberando nas seguintes e afetando toda a operação.  

Por essa razão, vale lembrar que uma cadeia de suprimentos é formada essencialmente pelos seguintes elementos interdependentes e mutuamente influenciáveis:

✍ fornecedor/ fabricante/ distribuidor/ varejista/ cliente

Um dos elos mais importantes dessa cadeia é o consumidor. Quando há uma variação repentina no padrão de suas escolhas, que pode ser motivada por diferentes fatores que não estavam no radar do mercado, esta mudança impacta toda a cadeia de suprimentos.

Uma nova escolha ou diferença no padrão de comportamento de um nicho de consumidores, por exemplo, tem um potencial alto de influência em cascata, já que a estrutura que gera o produto, o embala e o transporta, pode não estar preparada para a demanda e precisar de tempo para se adaptar às transformações que aconteceram de forma rápida. 

A referência ao movimento do chicote é quando esse impacto ocorre em formato de onda, ou seja, a mudança na escolha do cliente reverbera em toda a cadeia de abastecimento. Quanto maior for essa variabilidade nos pedidos, mais difícil é manter todo o processo estável, de modo que o efeito chicote acontece quando há discrepância entre a demanda esperada e a real.

Um dos exemplos recentes disso foi a altíssima e repentina procura por álcool em gel, diante da pandemia de Covid-19. Fornecedores, Indústria e o mercado não estavam acostumados a uma demanda tão alta desse tipo de produto e precisaram tomar medidas emergenciais para se adaptar e cobrir essa nova necessidade em todas as etapas da cadeia de suprimentos. 

Por que o efeito chicote pode ser um problema?

Esse tipo de movimento do efeito chicote acontece quando as demandas variam muito rapidamente, de modo que não há tempo de toda a cadeia adaptar-se e adequar-se a essa variabilidade. Isso é problemático porque pedidos acima ou abaixo do necessário podem prejudicar a previsão da quantidade correta de produtos que deveriam estar nos estoques.

Quando há menor quantidade de mercadorias, pode haver falta de produtos para suprir a demanda dos clientes – e uma aceleração junto a fabricantes e fornecedores que vão precisar tomar medidas emergenciais, em um efeito dominó.

No caso de excesso, há o risco de avarias, vencimento de produtos perecíveis e até ocupação de espaço com mercadoria encalhada.  

Impactos do efeito chicote na logística

O efeito chicote cria um excesso ou falta de estoque. O excesso de estoque é caro e desperdiça recursos, enquanto a falta de estoque leva a pedidos perdidos e mau atendimento ao cliente (o que pode significar perda de negócios a curto e longo prazo).

Além disso, pode haver impactos secundários do efeito chicote, como falhas na comunicação ou atrasos na entrega. Em geral, há uma reação em cadeia que afeta os processos de todos os parceiros logísticos, o que por sua vez significa que perdas e despesas são quase inevitáveis.

efeito chicote logística e cadeia de suprimentos Fonte: Creative Commons

O efeito chicote na cadeia de suprimentos

Vamos ilustrar com um exemplo possível do efeito chicote: imagine que um varejista tenha a prática, de acordo com suas previsões, manter uma certa quantidade de pacotes de uma marca de bolacha em estoque. Se normalmente vende 50 pacotes por dia, pediria esse valor de reposição ao distribuidor. 

Porém, se em um único dia a venda alcançar o dobro, ou seja, 100 pacotes de bolacha, ele pode responder a isso encomendando mais pacotes para atender a essa demanda mais alta prevista. O distribuidor, preocupado em não faltar produto, pode então responder pedindo o dobro disso para o fabricante para garantir que os pacotes não acabem. 

Desse modo, acaba havendo um desalinhamento que cresce de modo exponencial à medida que as ações e reações na medida em que a cadeia avança.

Do mesmo modo, o efeito chicote também pode acontecer como resultado da redução da demanda no nível do cliente, temporariamente, e gerar desabastecimento ao longo da cadeia.

As pequenas flutuações em qualquer ponto da cadeia de suprimento podem ter um grande impacto no restante da cadeia logística.

Causas do efeito chicote na logística

✍ Efeito chicote e previsão incorreta de demanda

A previsão da demanda é um desafio para muitos varejistas, distribuidores e fabricantes, mesmo em mercados relativamente estáveis. Uma previsão incorreta acaba levando ao improviso e intensificação de problemas na gestão de recursos e transporte.

Um dos principais pontos de atenção é buscar evitar ao máximo flutuações em cenários que possam ser previamente identificados com base em histórico e análise de mercado. 

✍ Falta de alinhamento na cadeia de suprimentos

A desorganização e o desalinhamento entre cada elo da cadeia de suprimentos pode gerar pedidos com quantidades maiores ou menores do que o necessário, nem sempre baseados em um fato real, mas ligados à predisposição de reação excessiva ou insuficiente, como tentativa de antecipar as demandas. Algumas preocupações comuns que podem iniciar esse efeito:

  • Prazo de entrega e problemas anteriores, como atrasos na fabricação.
  • Reação exagerada ou insuficiente às mudanças na demanda.
  • Confiar demais na demanda histórica para prever a demanda futura sem levar em consideração outros fatores-chave.
  • Não ter estratégias de gerenciamento de risco para estoque.

✍Falta de comunicação

A falta de comunicação é uma das principais causas do efeito chicote. Por exemplo, dois gerentes de um mesmo varejista podem identificar a demanda de forma distinta e, portanto, pedir quantidades diferentes de seu fornecedor.

Outra possibilidade é a de que o varejista possa não comunicar claramente o aumento da demanda ao seu distribuidor, de modo que este não tem as ferramentas adequadas para calcular as novas quantidades de encomendas que podem ser feitas. 

Por isso, é preciso estabelecer um alinhamento contínuo entre todas as partes interessadas em toda a cadeia de suprimentos, buscando sempre minimizar o desperdício e as ineficiências.

✍Seleção de lotes

A separação em lotes ocorre quando os varejistas esperam que os pedidos se acumulem antes de fazer um novo pedido com o fornecedor. Os parceiros da cadeia de suprimentos arredondam essa quantidade para cima ou para baixo, dependendo de suas necessidades.

Por exemplo, eles podem arredondar para baixo se tiverem limitações de equipamentos, ou podem arredondar para cima se quiserem um buffer de estoque ( área dentro do armazém onde se deposita mercadoria de forma temporária) no caso de verificações de qualidade do produto.

Quanto mais parceiros fizerem esses arredondamentos e pedidos em lote, mais distorcida pode ser a demanda.

✍Flutuação de preço

Caso um varejista obtenha um desconto ou oferta especial, ele poderá alterar seus padrões de compra por um certo período de tempo.

Essas flutuações podem alterar a percepção sobre a real demanda. Por isso, estas precisam ser planejadas com antecedência para minimizar a falta de estoque durante o período promocional, reconhecendo que a demanda provavelmente cairá novamente após o término do evento.

A flutuação está relacionada também à comunicação em toda a cadeia de suprimentos para garantir que todos os parceiros saibam como é a demanda e por que ela se configura de uma determinada maneira.

✍ Política de devolução

As políticas de devolução, especialmente as gratuitas, e a logística reversa também podem criar um efeito chicote amplificado.

Já foram relatados casos de jovens consumidores de comércio eletrônico que compram mais produtos do que precisam, como vários tamanhos do mesmo par de sapatos, para experimentá-los e depois devolvê-los.

Se os varejistas não levarem em conta essas várias compras e devoluções, eles podem exagerar na demanda e acabar com excesso de estoque após a devolução.

O benefício da tecnologia na cadeia de suprimentos

O efeito chicote pode ser amenizado se as ferramentas certas forem usadas em diferentes pontos da cadeia de abastecimento. No entanto, entender e aplicar o uso desses mecanismos pode ser um desafio para muitos gestores. 

Por isso, Drivin, com sua vasta experiência, além de oferecer soluções adaptáveis ​​às necessidades de transporte de cada empresa, também fornece uma consultoria para seus clientes em caso de dúvidas sobre o uso de nosso TMS SaaS, sistema de gerenciamento de transporte em nuvem em diferentes aplicações no dia a dia. 

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