Por Alvaro Loyola, Country Manager da Drivin Brasil
Desde que a pandemia começou em nosso país, há quase dois anos, os modelos operacionais convencionais de negócios tiveram que realizar adaptações drásticas em sua infraestrutura e tecnologia para se manterem ágeis e competitivos no mercado, e isso inclui sua logística.
Diante de uma premissa de comércio rápido, aspectos como o planejamento, a velocidade de entrega e a visibilidade do cliente passaram a desempenhar um papel fundamental na escolha de um produto ou serviço.
Neste novo cenário, que é mais exigente e de maior demanda para as cadeias logísticas de varejo e comércio, as empresas que têm saído vitoriosas são aquelas que estão adotando tecnologias para automatizar seus processos. Isso é uma realidade tanto para o planejamento das entregas quanto para o seu monitoramento e rastreabilidade, já que são soluções que permitem gerenciar grandes volumes de forma eficiente e automática.
Em relação à última milha (last-mile), as principais dores-de-cabeça encontram-se na falta de planejamento das rotas de entrega em sua etapa final, quando elas acabam ficando nas mãos apenas do motorista, sem um plano previamente estabelecido. Quando o processo é feito dessa forma, não há como ter rastreabilidade dos pedidos e, muito menos, informar clientes sobre o andamento de suas entregas.
Outro grande desafio é driblar a falta de comunicação que acontece durante o processo de compra de um produto. Acontece que a tecnologia moldou de forma irreversível o comportamento dos consumidores, tanto que eles demonstram uma expectativa de gratificação instantânea – um exemplo disso ocorre quando você digita uma pergunta no Google e obtém a resposta imediatamente ou segundos depois. São tempos em que você pode fazer um pedido de supermercado por meio de um aplicativo e recebê-lo em até 30 minutos.
Desse modo, passa a ser fundamental contar com a tecnologia logística disponível para manter seu cliente final informado em tempo real, já que esse é um dos fatores decisivos, atualmente, para que os consumidores optem por realizar uma compra e mantenham sua fidelização a uma determinada empresa ou marca.
Quanto às novidades da indústria, é importante citar a proliferação dos microhubs ou dark stores (lojas escuras). Estes são espaços físicos, de menor porte, que desempenham papéis estratégicos para armazenamento de produtos vendidos on-line. Estão distribuídos pelas cidades, com um raio de funcionamento limitado até três quilómetros, e contam com estoque de produtos de primeira necessidade ou conveniência, o que permite que os pedidos sejam atendidos aproximadamente 25% mais rapidamente do que no formato tradicional.
Umas das principais lições trazidas pela pandemia foi abrir os olhos das empresas para o e-commerce. Este, além de ser o canal com maior crescimento em volume, está se posicionando como aquele com maior rentabilidade, focando investimentos na adaptação de tecnologias e atendendo da melhor forma às expectativas dos clientes.
Em outras palavras, em termo de logística, compensa mais ter um microhub do que manter uma loja dentro de um pequeno centro de compras ou de um grande shopping center, considerando todo o desafio que isso significa.
No final das contas, o que os clientes querem é ver seus pedidos entregues rapidamente e com baixo custo, mas sem sacrificar a qualidade do que recebem. Além disso, esses consumidores digitais anseiam por uma boa experiência de compra, que se assemelhe ao que já conhecem das lojas físicas.